Lara Filipa | Escritora

Meu Amor,

 

vou começar por falar-te do amor. Primeiramente, tive medo. E depois mostraste-me como o sentimento é na realidade. O amor tem um lado bom e mau. Foi uma surpresa saber que o amor tinha um lado bom. E aprendi-o contigo. Com os instantes que passámos juntos, os toques, as palavras. O amor é a nossa coragem e a nossa fraqueza. O amor é o nosso passo em frente e o nosso calcanhar de Aquiles. O amor é a almofada em que aterramos depois de uma dura queda, mas também é aquele que nos empurra para o abismo e nos mantém suspensos pela probabilidade. O amor é vasto e particular. É infinito e tão limitado como a própria vida. E eu amo tanto estar completamente apaixonada por ti.

 

Com o passar do nosso tempo aprendi uma vida inteira. Encontrei o delinear belo de um sorriso e o seu significado. Descobri o sabor de um beijo de quem se ama. Achei o encanto dos passos coordenados. Vivi um abraço, como nunca antes tinha vivido: com saudade e carinho. Apreendi a essência de uma paixão e a eternidade de uma estrela. Por vezes, encontrei-me a querer descobrir mais sobre os traços da tua pele e a cor dos teus olhos. És um mundo inteiro e eu amo mergulhar em ti e em tudo aquilo que somos juntos. Talvez eu seja a mulher mais sortuda do mundo por te ter. Ou talvez seja apenas o sol que hoje decidiu sorrir-me.

 

Ainda não namorávamos quando me levaste naquele imenso caminho, por entre vastas árvores. Era tudo tão verde e puro que mal conseguia perceber os nossos corpos. Foi tudo tão intenso que mal consegui respirar. O nervoso miúdo a apoderar-se do pó que foi o meu corpo quando me deste a mão. Quis abraçar-te e dizer-te como gostava de ti, mas estavas demasiado longe. Um passo é demasiado longe e, ao mesmo tempo, tão perto. Recordo-me de te ter olhado nos olhos. Parecias uma pedra preciosa, intocável. Senti-me uma princesa, ou talvez uma vagabunda qualquer a mendigar uma qualquer troca de emoções. Fez-se sempre, uma sintonia inesperada.

 

As cores do nosso mundo. A esmeralda a declarar a minha esperança. O rubi a lembrar-me do dever. Eu só queria poder. Poder para apagar tudo o que nos separava. E, agora, passado um ano desde a nossa relação, percebo que conseguimos. Conseguimos mesmo! Ultrapassámos tudo e todos. Foi o primeiro ano de muitos. O primeiro ano de namoro, cheio de um incontável carinho e amor. Arde-me o coração lembrar a distância. Mas essa, como tantas outras, é uma barreira a ultrapassar. E já ultrapassámos tantas, “cor meum”.

 

É incrível e indescritível uma paixão tão mútua como a nossa. Não te agradeço pelo sentimento, porque não preciso. Tu já sabes o quão agradecida me sinto por tudo o que me deste. Tantos sonhos e este é apenas o início de um inesgotável amor. A tua mão a acariciar-me a pele e um doce encostar de lábios. Derreto-me aos teus pés, com o bater frenético do meu coração ansioso. Paixão jovem e dolorosamente madura. Eu vou partir e voltaremos a encontrar-nos. Um desses encontros será o nosso perpétuo ficar. Por agora, visto que ainda não parti, podes abraçar-me e chorar comigo os afortunados que somos por nos termos um ao outro.

 

Parabéns pelo ano de namoro. O primeiro de muitos! Deixei o meu coração sob a almofada em que te deitas todas as noites. Cuida dele para sempre. Je t'aime. Um copo de vinho partilhado e toda a estrada pela frente. Qual é o nosso próximo destino, meu mundo?

 

Até ao próximo beijo.

 

Com Amor,

da, para sempre tua princesa,

 

Lara Filipa xX