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A Praia
Pensar que no dia três de fevereiro de 2016, à uma da manhã, eu estava a dormir e tu também corta-me em pedaços. Sonos diferentes em almas diferentes, e o silêncio fez-se sempre o mesmo. Quando numa praia duas ondas surgem do mesmo mar, não significa que ambas banhem o mesmo areal, pois as areias são todas diferentes. Nesse dia, ambos dormimos. Na mesma noite, mas em sonos diferentes. Enquanto o meu sono foi efémero, o teu foi perpétuo. Eu penso nisso tantas vezes. Não me interessa o quão ingrata, cruel, parva ou impulsiva eu possa parecer por pensar nisto. A verdade é que, se eu pudesse, tinha trocado os nossos sonos e viajado pelo teu perpétuo areal. E ainda assim, meu querido, seríamos o mesmo mar.
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